quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Canto Lírico - Soprano Ligeiro e Lírico Ligeiro

Continuando meus artigos sobre canto lírico, irei falar hoje sobre a segunda classificação da voz de soprano:

Soprano ligeiro (ou soprano leggero, do original italiano) é o timbre feminino mais leve dos sopranos, cuja emissão se apóia principalmente na ressonância craniana e nas cores claras do som. A voz em geral é doce, leve e de pouco volume, ideal para personagens jovens, alegres e/ou angelicais. A coloração da voz é semelhante à do ultraleggero, mas pode ter mais riqueza e uma coloração mais rica do que a destas. Quase sempre está associada aos papéis de coloratura. Sua tessitura usual é do E4 ao A6.

Registros

Registro sobreagudo e agudo

É fácil e leve, embora não bastante intenso e volumoso. Alcança até o A6, e é de fácil execução em legatos, pichetatos, staccatos e, principalmente, em trinados.

Registro central

É fácil e leve, normalmente seco, muita intensidade e uma grande riqueza de cores, se comparada a outras categorias de sopranos.

Registro grave

É fraco, com pouco brilho. Muitas vezes é inexpressivo e de pouca personalidade sonora.

Coloratura

O soprano ligeiro possui grande agilidade e uma esplendida virtuosidade em vocalizes, quase todos os papéis escritos para soprano ligeiro possuem algum tipo de coloratura ou de notas agudas.

Os personagens operísticos mais famosos para esta coloratura vocal são:
  • Cecília, em Il Guarany, de Carlos Gomes;
  • Olímpia, em Os Contos de Hoffmann, de Jacques Offenbach;
  • Philline, em Mignon, de Ambroise Thomas;
  • Ophélia, em Hamlet, de Ambroise Thomas;
  • Princesa Eudoxia em La Juive, de Halevy;
  • Lakmé, de Leo Delibes;
  • Oscar, em Un Ballo in Maschera, de Giuseppe Verdi;
  • O pássaro, em Siegfried, de Richard Wagner.
Suas representantes mais famosas são:

  • Amelita Galli-Curci;
  • Erna Bergher;
  • Eva Lind;
  • Jennifer Welch-Babigde;
  • Lily Pons;
  • Luisa Tetrazzini;
  • Mady Mesplé;
  • Melissa Ferlaak;
  • Miliza Korjus;
  • Natalie Dessay;
  • Sandrine Piau;
  • Emma Kirkby;
Seguem abaixo os links de três vídeos para melhor elucidar as características vocais desta coloratura de soprano. O primeiro de Erna Bergher em execução de “Et incarnatus est” da missa em Dó menor de Mozart (somente fotos e canto), o segundo de Eva Lind em execução de “Cantique de Noël” de Strauss e o terceiro de Lily Pons em execução da famosa área da Rainha da Noite: “Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen” da ópera Flauta Mágica de Mozart (somente fotos e canto). Aproveitem e até o próximo artigo. Abraços!

 http://www.youtube.com/watch?v=ZD8XjiEORcA
http://www.youtube.com/watch?v=tZ40SyTxoBc
 

Soprano Lírico Ligeiro

Soprano lírico ligeiro (ou leggero) é, no canto, o timbre intermediário entre o leggero e o lírico, com uma menor igualdade de registros, um registro central mais rico e arredondado, mas, com menor corpo de som maior facilidade de emissão do registro agudo e menor aptidão ao legato expressivo. Alguns sopranos lírico-leggero podem amadurecer a voz e interpretar com sucesso papéis de sopranos líricos.

Registros

Registro sobre agudo e agudo

É claro e de fácil emissão. Traz algumas semelhanças com o soprano leggero, com agudos brilhantes e de média intensidade, mas com uma extensão menor.

Registro central

Possui maior riqueza de cores e um timbre mais redondo que o do soprano leggero, mas é menos aveludado e encorpado que o do lírico. Possui, no entanto, articulação mais fácil que o desta.

Registro grave

Mais extenso que o do leggero, mas sem a maior facilidade de emissão que o lírico possui nessa região da voz.

Coloratura

O soprano lírico-leggero que possui extrema agilidade, geralmente é esse o timbre típico para interpretar papéis de coloraturas, pois a emissão é fácil e de média intensidade.

Os personagens mais famosos para esta coloratura vocal são:

De coloratura

  • Amina, em La Sonambula, de Vincenzo Bellini;
  • Lucia di Lammermoor, na homonima ópera de Gaetano Donizetti;
  • Soeur Constance, em Dialogos das Carmelitas, de Francis Poulenc;
  • Zerbinetta, em Ariadne auf Naxos, de Richard Strauss;
  • Gilda, em Rigoletto, de Giuseppe Verdi;
  • Adele, em O Morcego, de Richard Strauss;
Papéis líricos

  • Sophie, em Wether, de Jules Massenet;
  • Dafné, na homonima ópera de Richard Strauss;
  • Muzzeta, em La Bohème, de Giacomo Puccini;
  • Fréia, em O Ouro do Reno, de Richard Wagner;
  • Leila, em O Pescador de Pérolas, de Georges Bizet;
Algumas das representantes mais famosas desta classificação, são:

  • Diana Damrau;
  • Célia Coutinho;
  • Bidu Sayão.
Abaixo segue três links de vídeos para que vocês possam apreciar as características vocais desta subdivisão da voz de soprano. O primeiro é de Diana Damrau interpretando "Nume, respire... Ah, lo sento" de Salieri (aquele mesmo que era inimigo de Mozart), o segundo (fotos e som) da brasileira Célia Coutinho interpretando "Roseas Flores D'alvorada" de Farncisco Mignone e o terceiro (fotos e som) da, também brasileira Bidu Sayão interpretando o trecho "Un bel di vendremo" da ópera Madame Butterfly de Puccini, aproveitem e  até o próximo artigo!




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